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Informação ou formação? Quando a confiança encontra a reflexão

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By: Fabrício Barbosa

Data: 21/09/2025

Saiu mais uma daquelas pesquisas mostrando que a mídia tradicional ainda é a mais confiável para os brasileiros (https://sinalnews.com.br/midia-tradicional-ainda-e-vista-como-fonte-mais-confiavel-pelos-brasileiros-aponta-pesquisa/). Rádio, jornal impresso, TV aberta… os velhos conhecidos seguem firmes como pilares da credibilidade. Até aí, nada novo: tradição pesa, e a gente confia no que já nos guiou por décadas.

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Não me surpreende o rádio, os jornais impressos e a TV terem essa credibilidade, pois eles foram — e ainda são — faróis em tempos de desinformação. Afinal de contas, o rádio começou a ser transmitido oficialmente no Brasil em 1922, durante as comemorações do Centenário da Independência; a TV chegou em 1950, com a inauguração da TV Tupi em São Paulo; e a internet comercial só se popularizou a partir de 1995, um verdadeiro “bebezinho” perto desses vovôs da comunicação.

Mas ao mesmo tempo em que reconheço essa força, também percebo algo: a confiança por si só não basta. Informação é essencial, claro, mas o que nos transforma de verdade é a capacidade de refletir, de questionar, de formar opinião crítica a partir do que consumimos. Aqui vai a pimenta: confiança sem reflexão pode ser perigosa. O rádio informa, o jornal traz manchetes, a TV entrega dados. Mas será que isso basta? Será que, em tempos de fake news e polarização tóxica, só repetir informação é suficiente?

E o paradoxo aparece nos números: 74% dos brasileiros usam as redes sociais para se informar, mas apenas 41% confiam nelas. E não é à toa: segundo a pesquisa, 34% apontam o problema das opiniões disfarçadas de notícias. É o jogo perigoso de transformar torcida em manchete, opinião em fato, discurso em verdade absoluta. Resultado? Muita informação circulando, mas pouca credibilidade de verdade.

É aí que gosto de situar o Brajeiradas — seja nos podcasts Brajeiradas S/A ou no Brajeiradas Casual, seja no brajeiradas.com. Nós não estamos aqui apenas para transmitir dados ou manchetes, mas para provocar conversas, abrir perspectivas e convidar você a pensar junto. A cada episódio, buscamos costurar cultura, política, história e cotidiano, sempre com um tempero reflexivo que ultrapassa o simples “contar notícias”. É justamente nessa fresta que o Brajeiradas se coloca. Não somos mais uma fonte para você “se atualizar”. Somos um espaço de atrito, de conversa atravessada, de perguntas incômodas. O Brajeiradas não quer que você só confie. Queremos que você PENSE.

Se a pesquisa mostra que os brasileiros ainda confiam no rádio (e eu entendo bem o porquê), eu arrisco dizer que o Brajeiradas é um espaço que bebe dessa mesma fonte de credibilidade, mas caminha um passo além: em vez de entregar certezas prontas, buscamos abrir perguntas.

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No fundo, acredito que a credibilidade da mídia não está apenas em

“trazer a informação correta”,

mas em construir ambientes de diálogo, onde a gente aprende, desaprende e se refaz em comunidade. É isso que me move a seguir acreditando no projeto do Brajeiradas: ser não apenas mídia confiável, mas um ponto de encontro de ideias, histórias e reflexões.

E no mundo em que todo mundo fala ao mesmo tempo, talvez seja esse o verdadeiro valor: não gritar mais alto, mas ouvir melhor e pensar mais fundo.


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