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Municipalismo de Fachada: Quando a Política Vira Palco

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By: Fabricio R. Barbosa

26/05/2024

 

Nos últimos pleitos eleitorais municipais, é observado e com crescente desânimo o cenário político em muitas cidades brasileiras. A cada ciclo eleitoral, a esperança de uma mudança real e significativa é constantemente abafada pela repetição das mesmas práticas desgastadas e que chegam a ser em muitos casos até mesmo desonestas por parte dos candidatos e aspirantes a cargos públicos. É decepcionante ver como a política, que deveria ser um meio de promover o bem comum e a justiça social, se transforma em um espetáculo de promessas vazias e manobras oportunistas durante as campanhas eleitorais.

A politicagem, entendida como o uso de artifícios e manipulações para alcançar o poder, parece ter se tornado a regra, e não a exceção. Em vez de debates construtivos e propostas concretas para melhorar a vida dos cidadãos, o que vemos são ataques pessoais, desinformação e uma superficialidade preocupante. Candidatos que deveriam estar comprometidos com a verdade e a transparência recorrem a fake news, slogans apelativos e discursos inflamados que exploram as emoções dos eleitores, mas que carecem de substância e compromisso real com as necessidades locais.

Além disso, é alarmante como o nepotismo e o favorecimento pessoal continuam a prosperar em nosso sistema político. Em muitas cidades, é comum ver políticos empregando parentes ou designando cargos de confiança a pessoas desqualificadas, apenas para recompensar apoios eleitorais ou garantir benefícios pessoais. Essas práticas corroem a eficiência e a integridade do serviço público, além de perpetuar a incompetência e a injustiça. O mérito e a competência são frequentemente deixados de lado em favor de interesses particulares, prejudicando a população que depende de serviços públicos de qualidade.

A decepção se intensifica quando percebemos que, após eleitos, muitos desses políticos não honram as promessas feitas. Projetos importantes para as cidades ficam parados, interesses pessoais e de grupos específicos prevalecem sobre o interesse público, e a corrupção continua a minar as instituições locais. O ciclo se repete, e a sensação de impotência cresce entre os cidadãos, que se sentem traídos e desiludidos.

É urgente que repensemos nosso papel como eleitores e nosso engajamento cívico. Precisamos exigir mais responsabilidade e ética daqueles que pretendem nos representar. A mudança começa com a conscientização de que nosso voto é uma poderosa ferramenta de transformação e que não devemos nos contentar com menos do que a verdade e o compromisso sincero com o bem-estar coletivo.

A política municipal em todo o Brasil deve ser um espaço de diálogo, respeito e construção de soluções para os desafios que enfrentamos como comunidades. É fundamental que combatamos a politicagem e apoiemos aqueles que, de fato, demonstram integridade e dedicação à causa pública. Só assim poderemos transformar nossa decepção em ação e trabalhar por um futuro melhor para todos.

 
 
 

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