Eu Não Sou Massa de Manobra, Não Senhor!

by: Fabricio Barbosa

data: 13/07/2025

Cresci ouvindo essa frase, ou algo parecido. "Não seja gado, pense por si mesmo." Mas o que exatamente significa ser "massa de manobra"? E, mais importante, como podemos garantir que não nos tornemos uma?

Para mim, massa de manobra é um termo que descreve um grupo de pessoas que, sem perceber ou por inércia, acaba sendo usado como instrumento para os interesses de outros. É como se fossemos peões num tabuleiro, movidos por forças que nem sequer compreendemos. E, cá entre nós, ninguém gosta de ser peão.

Pense bem: em um mundo onde a informação é abundante, mas muitas vezes tendenciosa, a capacidade de formar nossa própria opinião é mais valiosa do que nunca. Vivemos cercados por discursos prontos, slogans cativantes e correntes de pensamento que prometem soluções fáceis. Mas a quem esses discursos servem? É a pergunta que me faço constantemente.

Quando leio autores como Hannah Arendt, por exemplo, vejo o perigo da "banalidade do mal" e como a falta de pensamento crítico pode levar à adesão a movimentos ou ideias sem questionar suas reais intenções. Não se trata de ser mau, mas de não pensar, de não refletir. E, para mim, essa é a essência de se tornar massa de manobra: aceitar sem questionar.

Gustave Le Bon, em sua obra clássica "Psicologia das Massas", já apontava para a suscetibilidade dos indivíduos quando imersos em multidões, perdendo parte de sua racionalidade em favor de um inconsciente coletivo. E não é preciso estar fisicamente em uma multidão para sentir essa pressão. Hoje, as redes sociais são um terreno fértil para a formação de "massas" virtuais, onde a emoção muitas vezes atropela a razão.

Então, como a gente se blinda? Acredito que o caminho passa pelo pensamento crítico. É exercitar a dúvida, buscar diferentes fontes de informação, confrontar ideias, e principalmente, desenvolver a própria capacidade de análise. Não é fácil, eu sei. Exige esforço e uma boa dose de humildade para reconhecer que nossas próprias certezas podem ser falhas.

Não quero ser apenas um número em uma estatística ou um voto para uma causa que não compreendo de verdade. Quero ter a liberdade de formar minhas próprias convicções, mesmo que elas sejam impopulares.

Quero ser responsável pelos meus pensamentos e minhas ações.

E você, já se pegou pensando se está sendo massa de manobra em alguma situação? Como você se esforça para manter sua autonomia de pensamento? Compartilhe sua perspectiva nos comentários!

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