O valor do feito à mão: artesanato como motor da economia criativa.
- Fabrício Barbosa

- 11 de jun.
- 2 min de leitura
By: Fabrício Barbosa
Data: 08/06/2025

A arte sempre foi a expressão máxima de um povo. Ao longo da história, tem sido por meio da arte que as comunidades expressam suas crenças, emoções, valores e modos de vida. Dentre as muitas formas de manifestação artística, o artesanato ocupa um papel central – tanto por sua dimensão simbólica quanto por sua relevância prática. Ele é, ao mesmo tempo, herança ancestral e expressão viva do presente.
Entender o artesanato é compreender que, mais do que objetos feitos à mão, ele é carregado de significados sociais, históricos e afetivos.

Cada peça carrega consigo traços de uma identidade cultural, revelando particularidades regionais, modos de produção locais e a criatividade singular de quem o produz. Trata-se de uma arte profundamente enraizada na tradição, mas que também dialoga com o contemporâneo, reinventando-se continuamente sem perder suas raízes.
Historicamente, o artesanato sempre esteve ligado à subsistência e à organização das comunidades. No Brasil, as primeiras manifestações artesanais remontam aos povos indígenas, que produziam cestarias, ferramentas, cerâmicas, pinturas e adornos como forma de sobrevivência, expressão cultural e conexão espiritual. Essas práticas, transmitidas de geração em geração, permanecem vivas até hoje e continuam sendo elementos fundamentais da identidade de inúmeros povos originários.

Ao longo do tempo, o artesanato também passou a ter um papel estratégico na economia local e nacional. Em muitas regiões do país, ele representa uma importante fonte de renda, especialmente para mulheres, populações tradicionais, ribeirinhos e trabalhadores rurais.
A produção artesanal movimenta feiras, atrai turistas, fortalece cadeias produtivas locais e contribui para o desenvolvimento sustentável das comunidades.
No presente, a valorização do artesanato tem ganhado novas camadas de sentido. Em um mundo marcado pela produção em massa e pela homogeneização cultural, o artesanato surge como um contraponto – um convite à apreciação do feito à mão, do único, do que carrega história. Além disso, há um crescente interesse por práticas mais éticas e sustentáveis de consumo, o que impulsiona o reconhecimento do artesanato como um setor estratégico da economia criativa.
Outro ponto fundamental é o papel do artesanato na transmissão de saberes. O ato de ensinar e aprender uma técnica artesanal – seja o tear, a cerâmica, a escultura em madeira ou o bordado – é também uma forma de manter viva a memória coletiva. Nessa troca Inter geracional, o passado encontra o presente e projeta o futuro, numa cadeia contínua de construção cultural.
Portanto, o artesanato é muito mais do que produto: é processo, memória, cultura e economia. Ele nos lembra que é possível conjugar tradição e inovação, ancestralidade e modernidade, arte e sustento.
“Valorizar o artesanato é valorizar quem somos – é fortalecer laços com a nossa história e abrir caminhos para um futuro mais justo, diverso e conectado às raízes do nosso povo.”









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